quinta-feira, 11 de junho de 2009

"Eu não gosto das drogas, mas as drogas gostam de mim"


Sid Vicious (Sex Pistols), Kurt Cobain (Nirvana), Layne Staley (Alice In Chains)



Nesse post falaremos a respeito de um assunto delicado, que no mundo da música parecia ser um fato quase sempre inevitável. Durante muitos anos, era comum que tanto os músicos quanto seus fãs vivessem no chamado “limite”, absorvendo ao máximo que podiam do lema “Sexo, drogas e Rock n’ Roll”. Sem saber a hora certa de parar, incontáveis músicos partiram de forma precoce, deixando para trás um rastro de fãs inconsoláveis, bandas destruídas e canções inacabadas.

Mas o mais curioso era que, em meio a toda dor que isso causava, a maioria da crítica e dos próprios fãs considerava o “sacrifício no altar do Rock n’ Roll”, uma maneira “nobre” de morrer, pois o músico em questão conservaria para sempre seu nome na história. Já dizia Kurt Cobain “Morra jovem, permaneça eterno e belo.” Uma pena que tantos alcançaram esse status não pela qualidade de sua música, mas pela maneira louca que encurtavam a sua vida.

É raro encontrar rockeiros que tiveram morte natural. A famosa overdose até a poucos anos encabeçava a lista das maneiras como vários deles acabavam por deixar esse mundo, depois vinham os suicídios e os assassinatos. Talvez não fosse um rótulo divertido de se carregar, mas os músicos não eram conhecidos por terem uma vida longa, o que de fato nos colocou na mira dos preconceituosos, no passado.

Podemos citar vários deles e contar diversas histórias dessas mortes de estrema lamentação para o mundo da música.
O caso mais curioso e assustador da época foram os muitos músicos que morreram aos 27 anos de idade. Brian Jones, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Jim Morrison e Kurt Cobain, todos eles não passaram da casa dos 27. Muitos artistas dizem até hoje que se não morrerem aos 27, não irão morrer de overdose.

O primeiro caso aconteceu em 3 de Julho 1969, quando o corpo de Brian Jones, guitarrista dos Rolling Stones, foi encontrado boiando em uma piscina, até hoje não se sabe a causa da morte.
Um ano depois mais duas mortes. Jimi Hendrix foi encontrado em um quarto de hotel engasgado com seu próprio vômito, em 18 de Setembro de 1970. Janis Joplin foi encontrada morta 17 dias depois da morte de Jimi Hendrix, possivelmente de overdose acidental de heroína em 4 de Outubro de 1970.
Jim Morrison, vocalista da banda The Doors, foi encontrado na banheira de seu apartamento, em Paris, exatamente dois anos depois da morte de Brian Jones, em 3 de Julho de 1971.
Em dois anos, ocorreram quatro mortes no mundo da música, o período em que a "Dona Morte" mais trabalhou na história da música em parceria com as amigas "Dona Cocaína" e "Dona Heroína". Talvez elas não tivessem tanto trabalho, pois os quatro músicos em questão praticamente eram amigos íntimos das três “Donas”, e viviam constantemente ao lado delas.

Parecia que essas mortes fizeram com que as bandas tomassem mais cuidados e tomassem quantidades menores de suas amigas. Porém Sid Vicious, baixista do Sex Pistols, apareceu para relembrar e até mesmo superar a morte aos 27 anos. Sid Vicious se trancou em um banheiro e injetou uma dose a mais de heroína. Depois foi encontrado morto, deitado de costas na cama de um apartamento na manhã de 2 de Fevereiro de 1979 com apenas 21 anos. A droga supostamente foi fornecida pela própria mãe de
Sid, durante uma festa na sua casa, em comemoração à sua libertação, pois ele esteve preso desde o dia 12 de Outubro de 1978, por ter assassinado a punhaladas sua namorada, Nancy Spungen, num quarto do Chelsea Hotel.

A partir daí houve um período de 15 anos sem mortes prematuras, até que chegou o dia de Kurt Cobain.
Kurt Cobain, vocalista do Nirvana, foi encontrado com um revólver calibre 38 sobre o peito, apontando para o queixo e um bilhete suicida sob um vaso derrubado. Com a cabeça estourada por um tiro de espingarda, em 5 de Abril de 1994. Apesar de não ter morrido de overdose, Kurt também morreu aos 27 anos.

A morte mais bizarra da história do rock aconteceu com Layne Staley, vocalista do Alice In Chains. Staley foi encontrado em seu condomínio vítima de uma overdose letal de heroína combinada com cocaína no dia 20 de Abril de 2002. Porém o dia da sua morte foi dado como 5 de abril pela perícia, coincidentemente o mesmo dia da morte de Kurt Cobain. Seu corpo já havia entrando em estado de decomposição, o corpo foi encontrado em sua casa, após os vizinhos perceberem o enorme cheiro e que não havia movimentação na casa. Um grupo de fãs jogou pedras em uma das janelas de sua casa e vendo que ninguém se manifestava, invadiram a casa de Stanley e encontraram seu corpo aos vermes no chão de um dos cômodos da casa.

Hoje em dia esse quadro vem mudando, e para melhor. Podem atribuir à época “calma” em que os músicos atuais estão vivendo em comparação com os músicos do passado.
Antigamente achavam o máximo julgar o potencial de um artista pela quantidade de litros de álcool que ele agüentava ingerir numa noite, ou quantos tipos de drogas ele experimentou, com quantas garotas ele conseguiu levar pro camarim e em quantas brigas de bares ele conseguiu ganhar. A época que esses dados significavam que a banda estava “no topo” já passou. Deveríamos estar orgulhosos que várias bandas atuais e até algumas antigas resolveram assumir uma postura “careta”.

Os ídolos já não morrem tão cedo, os casos de overdose diminuíram, mas não é por isso que deixamos de admirar o trabalho desses que morreram precocemente e até daqueles que sobreviveram aos excessos e loucuras da época “pesada” do consumo exagerado de drogas. Muitos deles viveram em meio a tudo isso e estão vivos até hoje, porque mudaram a maneira de viver e de encarar a vida se cuidando mais, ou porque deram sorte mesmo. Os maiores exemplos de superação e sorte são Keith Richards e Ozzy Osbourne.

Keith Richards talvez seja o músico que mais ingeriu drogas na história do rock, Keith trocou todo o seu sangue numa clinica na Suíça, para ajudá-lo a se livrar da dependência da heroína que pontuou sua vida durante os anos 60 e 70. Ozzy Osbourne na sua época mais louca chegou ao ponto de cheirar uma carreira de formigas vivas. E dizia que na sua época mais problemática, cheirava enormes quantidades de cocaína e quando a droga acabava ele procurava no chão os restos da droga. Porém os dois estão vivos e fazendo shows até hoje.

Qual é o significado da frase “Viver cada dia como se fosse o último”?
Fala sobre aproveitar a vida ao máximo que pudermos. Faz sentido e é sem dúvida um bom conselho. Mas em nenhum momento ela dita que devemos viver cada dia para que ele seja o último.
Hoje em dia músicos como Amy Winehouse, Courtney Love e Pete Doherty talvez não compreendam o real sentido da frase acima. Quem será o próximo?

Veja abaixo o vídeo acústico da música "We Die Young" do Alice In Chains






Amy Winehouse, Courtney Love e Pete Doherty

2 comentários:

  1. the rock'n'roll was made for us. mas eles não sabem aproveitar isso. bando de cabeça fraca que eu amo tanto. Sid não era assim, só foi usar maconha com 21, depois que conheceu a Nancy. Mas isso não é exclusividade do rock, o mundo artistico, no geral, convive com isso.

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  2. Amy Winehouse pode ser o Kurt da nova geração :O

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